8 de agosto de 2013
Crescimento económico
Publicado no Público de 3 de Abril de 2013
“Agora todos querem crescimento económico, mas ninguém explica como” é o subtítulo dum artigo de José Manuel Fernandes no Público de 15-3-2013.
Peço licença para dizer que tal não é exacto. Não falando de centenas de artigos em jornais e revistas, tanto para o grande público como para o sector da agricultura, publicados ao longo de várias décadas, a indicar acções que muito melhorariam a nossa agricultura e, portanto, a nossa economia, mas referindo apenas alguns recentes publicados neste mesmo jornal, tem indicação de muito que se pode fazer no sector em que é minha obrigação ter alguma competência.
(Peço muita desculpa de falar da minha pessoa mas é triste ver um país a afundar-se desnecessariamente e penso que as pessoas que, por definição, devem ser competentes em determinadas matérias, têm obrigação de dizer – quando não estão em posição de executar – aquilo que é necessário para desenvolver o país).
Em “Alternativa para a Agricultura” (Público de 13-11-2012) estão indicadas acções a realizar, incluindo um há muito proposto Plano Intensivo de Investigação Agronómica e de Extensão Rural, de modo a criar a tão badalada inovação e a levá-la até aos agricultores, a única forma que conheço para transformar uma agricultura atrasada e pouco competitiva numa muito mais eficiente e contribuindo de maneira significativa para o aumento do PIB, para a redução das importações e para o aumento das exportações. Acresce o facto que, repetidamente, tenho demonstrado de o investimento nesses serviços render, a nível nacional, juros tão avultados que os nossos economistas não sabem que existem, mas são reais. E com o aumento de impostos daí resultante, o orçamento recolhe bem mais do que neles investiu. Sabem isso alguns países, mas não sabem as pessoas que têm administrado Portugal.
Fora do sector da agricultura, apresentei já duas sugestões que julgo seriam facílimas de aplicar em relação ao desemprego, nenhuma delas implicando qualquer aumento de despesa para o erário público. Na segunda terminava com uma pergunta, para que não consegui que alguma alma caridosa me respondesse, o que motivou “Uma pergunta sem resposta” (Público de 15-9-2012). Além de drasticamente reduzir o desemprego, então a segunda sugestão daria um significativo aumento ao PIB e aos impostos cobrados, sem qualquer aumento das taxas, nem mais investimento. Será verdade que os dirigentes portugueses não querem que o país se desenvolva?
Concluo com a frase que me disse, há muitos anos, um dos maiores agrónomos portugueses do século XX, o Prof. Engenheiro Agrónomo e Silvicultor (Doutor Honoris Causa) Joaquim Vieira Natividade: “Sinto-me a bradar no deserto”.
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