8 de agosto de 2013

Aumentar o PIB

Publicado no Público de 21 de Janeiro de 2013 Já em tempos publiquei um artigo intitulado “E se fizessem crescer o PIB?” (“Jornal de Oeiras” de 21-2-2006). Uma das tragédias de Portugal (são tantas!) é o seu miserável PIB, que é urgente aumentar, principalmente por duas razões: uma é, naturalmente, porque isso será a indicação de que aumentou a riqueza dos portugueses e, como consequência, o seu poder de compra; mas também, como alguns dos índices nacionais que tanto nos fazem a vida negra, como o défice orçamental e a dívida pública, são expressos em percentagem do PIB, quanto mais este crescer, mais descem esses valores. Também convém não esquecer que é importante que o PIB cresça principalmente nos sectores que criam o que eu designo por riqueza de base, que são a agricultura, a pesca e a indústria. O comércio e os serviços precisam que alguém lhe forneça produtos ou dinheiro. O ordenado do pessoal do totobola e do euromilhões apenas transfere dinheiro, sem qualquer criação de riqueza. Tanto quanto sei, o único ministério deste governo que contribuiu para algum aumento do PIB foi o da Agricultura. O desemprego é outro dos graves problemas nacionais, pelo peso no orçamento do estado, que é enorme. Já dei duas sugestões para ajudar a combater esse gravíssimo problema e, na segunda, termino com a pergunta do que é que sucederia à nossa economia e às nossas finanças se se fizesse o que propus (Público de 10-5-2012). Apesar dessa sugestão não trazer qualquer encargo adicional ao orçamento e apenas lhe encontrando vantagens, entre elas aumentar o PIB, não consegui obter uma resposta, o que motivou outro artigo (“Uma pergunta sem resposta”, Público de 15-9- 2012). No Público de 11-1-2013, o Prof. José Miguel Pinto dos Santos apresenta idêntica sugestão: “Pode-se facilmente aumentar o PIB sem alterar em nada a realidade económica. Como? Transformando, por exemplo, um desempregado em funcionário público,”. Foi exactamente o que eu propus, com um ordenado que deve incluir, além do subsídio de desemprego, o valor do que o estado gasta com os serviços respectivos. Mas o Prof. Pinto dos Santos acrescenta aquela frase “sem lhe dar nada de útil para fazer” e desta parte discordo totalmente. Eu não quero o estado limitado a cobrar impostos e a dar negócios a privados. Não sou socialista nem comunista e, por essa razão, não quero o estado a fazer a agricultura, nem as pescas, nem as indústrias, nem o comércio. Mas há muitas acções úteis - algumas que eu sei que até são optimos investimentos, como tenho mostrado – que entendo que o estado devia fazer e não faz. E uns centos de milhares de desempregados poderiam executá-las, sem qualquer encargo adicional para as finanças do estado, só vantagens. Terei de concluir que os governos que Portugal tem tido não são capazes ou não querem desenvolver o país?

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